Se o universo se mexe, se a Terra se mexe porque hei de eu ficar parada no meu sítio? Fará isso algum sentido? Na minha cabeça não. Sou mesmo uma pessoa que anseia por aventura, que anseia por descobrir coisas novas para mim ou para os outros. Não gosto só de olhar, gosto é de observar.
Dou por mim, imensas vezes, sentada na estação ao pé da minha casa a observar, a imaginar histórias para cada pessoa que por ali passa, a pensar no que estarão a sentir naquele nomento. Somos tão fáceis de ler. Há coisas em nós que por mais que tentemos disfarçar revelam sempre o que nos vai na alma. Vejo gente de todo o tipo. Gente com pressa e gente que aprecia cada canto da estação, gente com bilhete e gente sem bilhete, gente tão bem vestida que parece indigna de um comboio e gente que não se preocupa com o que leva vestido, gente que se agarra ao telemóvel e gente que viaja num livro, gente que parece adormecer e gente que não desvia o olhar de tudo o que está à sua volta, gente que aprecia os outros e gente que desdenha os outros, gente com tudo e gente com nada, gente a ouvir música completamente paralela ao mundo e gente que olha para todo o lado como se tivesse medo, gente que sorri e gente que olha de lado, gente que vai a falar e gente que se mantém em silêncio, gente e mais gente.
O mundo é tão diferente. Todos temos caminhos e objetivos tão diferentes. Mas, no final, penso... Qual seria a piada se todos fôssemos iguais?
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