sábado, 23 de maio de 2015

Carta #3

Olá, 

como estás?

Há muito que não te vejo, há muito que não sinto, há muito que tenho para te contar. Não conto tudo porque me falham as palavras quando me dirijo a ti. Não sei onde estás, não sei de onde és neste momento, nem sequer o que és. És um fantasma? Vens visitar-me quando estou deitada a dormir ou quando passo as noites em branco? Será que me tocas, mas não sinto? Que triste é não sentir o teu toque. Choro por ti e choro por mim. Penso em ti e penso em mim, o que acaba em pensar em nós. No que vivemos e no que tínhamos para viver. Porquê a ti?
Entregaste-te a Deus? Estás à espera de alguém? Ainda estás neste mundo? Tantas perguntas às quais nunca vou ter resposta, pelo menos enquanto for viva. Será que te vou reencontrar quando partir deste mundo? Espero que sim. Tenho tanta esperança que isso aconteça. As saudades que tenho apertam-me o coração. Estou a escrever e já estou cheia de lágrimas. Lágrimas que contam histórias, que revelam sentimentos, que mostram o que se passa dentro de mim, que vêm salgadas como o mar, que mostram a imensidão de pensamentos que me passam pela cabeça.
Vi o Fast Furious 7 recentemente. Vi a homenagem que fizeram e pensava no Paul Walker ao mesmo tempo que pensava em ti. A música que lhe dedicam, See You Again, aquele refrão toca-me. Toca nas memórias que tenho contigo e no quanto desejo que o tempo volte atrás.

"It's never a goodbye. I used to say I lived my life a wuarter mile at a time. And I think that's why we we're brothers because you did too. No matter where you are, whether is a quarter mile away or halfway across the world you'll always be with me. And you'll always be my brother."
Toretto (Fast Furious 7)

Estas foram as palavras dirigidas ao Paul Walker, mas são quase as palavras que te quero dizer e que me faltam. A única coisa que não tenho medo de dizer e que repito todos os dias é que tenho saudades tuas. Saudades.
Sei que querias que vivesse ao máximo, mesmo quando não estavas por perto e é isso que tento fazer, é isso que quero fazer. Não deixo de te sentir perto de mim, perto do meu coração porque tenho tantas memórias que me veem à cabeça. Ainda não consigo olhar para as fotografias, não consigo pegar nas coisas que eram tuas. Sou fraca, talvez seja mesmo isso. Fraqueza.
Fica comigo, olha por mim.

Espero que estejas bem,
Carolina Moreira

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