Eu

Parece que sou feita de pedaços colados. Já me destruíram tantas vezes que já perdi a conta. Desejo, do fundo do coração, mas mesmo do fundo, encontrar alguém que me preencha, alguém por quem valha a pena lutar, alguém que me faça acreditar que há esperança. Falo em termos amorosos, porque em relação a amizades sou bastante completa. Sou feita de histórias e de memórias. Não apago nada, não deixo de viver nada. Agarro oportunidades, de que vale ficar no e se? Adoro as pequenas coisas da vida, sou simples, mas complicada. Sei que não sou fácil, embora me considere fácil. Para os outros sou complicada, para os outros sou muita coisa e para mim sou o que me interessa ser. Já sorri muito, mas também já chorei muito. Passo noites em brancas a pensar no tudo e no nada. Mas o que é o nada? Existo ou sou produto de uma imaginação? Vivo mesmo ou isto é tudo um sonho? O que é real e o que não é?

O mundo dá voltas ao mesmo tempo que a minha mente voltas dá. Sou uma peça de um mundo, uma peça de uma vida. Posso não saber de muito, mas também não sei de pouco. Não me conformo com o que dizem que não posso saber, se quero vou saber. A aventura é algo que anseio, não gosto de rotinas. Gosto do que é inesperado, porque é sempre o melhor. Abraços apertados deixam-me feliz. Já me disseram que a minha vida é uma montanha-russa, obrigada. Sei que vivo e que vou ter muito que contar. 

Sinto-me tão perdida às vezes, nunca sei se vou encontrar o caminho. Espero por ti e espero por mim. Dou-me aos outros, entrego-me sem sequer pensar no que pode acontecer. Umas vezes lixo-me, outras realizo-me. Merda, a palavra, faz muito parte de mim. Merda mesmo. Não sou o que sou graças a mim (só), mas aos que me rodeiam. Ouço sermões, muitos, só de pais? Não de pessoas que se preocupam, mais uma vez, obrigada. Não escrevo nada de jeito, não penso nada de jeito. As palavras, umas fazem sentido e outras o sentido perdem.