quinta-feira, 16 de abril de 2015

Espelho

Hoje quando me olhei ao espelho fiquei a admirar a pessoa que sou hoje. Atenção que admirar não quer dizer que seja uma coisa positiva. Perguntei-me quem sou eu e que fui eu. Estou diferente é certo, mas quem não muda?
Olhei para todos os momentos mais marcantes da minha vida, não me quero gabar, mas não são pouco e, pelos vistos, são mais maus do que bons. Cometi tantos erros, mas aprendi tanta coisa. Sou tão espontânea, faço o que me dá na cabeça e gosto de ser assim. Sei que posso cair, mas tenho a certeza que me vou levantar a seguir. 
Sou inquieta em relação ao amor. Tive uma paixão, uma paixão que pode ter estragado uma grande amizade. Gostava de a recuperar, mas que posso eu fazer? Não tenho coragem de lhe falar. Nem sei se talvez lhe deva um pedido de desculpas. Tenho saudades, é verdade e acho que vou continuar com saudades.
Na amizade também já cometi erros, quem não comete? Aqui sorri quando me olhei no espelho. O olhar que tinha era de orgulho. Esses erros, felizmente, fizeram-me com que eu visse quem estava lá para mim e quem não estava lá para mim.
Se estou mais gorda, mais feia, mais alta, mais morena, mais mulher, mais qualquer coisa? Talvez. Mas não é isso que me define. Olho para o espelho e vejo diferença no sorriso. Antes era totalmente puro, hoje, poucas vezes é puro. Em pouco momentos é verdadeiro. Muitas vezes finjo o sorriso, finjo para que vejam que estou bem ou, pelo menos, para que pareça que estou bem.
Vejo diferença no olhar. Hoje em dia, os meus olhos dizem muito mais do que o que diziam no passado. Hoje os meus olhos vão mostrando ao pouco aquilo pelo que passei ou pelo que vou passando.
Vejo uma rapariga frágil que se faz de forte, não por ela, mas pelos amigos. Estou aqui a confessar o que não devia confessar. Sofro mais pelos outros do que por mim própria, dou-me mais aos outros do que a mim própria. Não sei se me orgulho do que sou, não sei se sou o que quero ou o que queria ser. Não sei se gostam de mim, mas sei que posso apenas ir vivendo um dia de cada vez. Vou ficando diferente a cada dia que passa e sou capaz de alcançar aquela mulher que quero ser.
Tenho medo. Sim, olho e vejo uma rapariga que transpira medo. Medo do futuro, porque agora, mais que nunca, tudo é incerto.
Enfim, vejo o tudo e vejo o nada, essa é a verdade. 

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